Os encantados não são “folclore”. Esse termo, criado na Europa do século XIX, reduziu saberes ancestrais a lendas e crendices.
No Brasil, serviu como instrumento de apagamento cultural, transformando forças espirituais e guardiões da natureza em meros personagens de fantasia.
Para povos indígenas, afrodescendentes e ribeirinhos, o Curupira é lei da floresta, a Iara é memória das águas, e outros encantados seguem vivos, atuantes e respeitados.
Chamá-los de folclóricos é esvaziar o sagrado e desvalorizar o real. Reconhecer os encantados como presença é resistir ao apagamento cultural e fortalecer nossas raízes ancestrais.